sábado, 5 de novembro de 2011

3. Carta para os teus pais



no fundo, tenho de agradecer-vos. pai, tenho escrito sobre ti todos os dias, nada mais tenho a dizer. mas a ti mãe, obrigada por me protegeres desde o momento em que me guardavas dentro de ti, até hoje. proteges-te o meu corpo, a minha cabeça, a minha alma, o meu coração. hoje, gostava de dizer-te todos os erros que fiz sem saberes. mas não posso. hoje, considero-te a mulher mais corajosa que conheci. desculpa não ter percebido quando precisavas de mim. eu dava tudo para que te tivesse abraçado e dizer-te numa de te confortar 'vai passar mãe, vai passar.' mas tu não me disseste. porque é que não me tentas-te explicar? talvez eu entenderia. e na altura de me adormeceres, porque é que não me pediste para trocarmos? eu teria-te contado uma história feliz. eu teria-te adormecido. desculpa-me. eu trocaria tudo o que sofreste quando eu era pequena, para uma vida plena e feliz. eu trocaria contigo se fosse preciso. eu prefiro sofrer a ver-te sofrer. não és só tu que me proteges, porque há de chegar uma altura em que não terás força para isso. mas aí, os papeis serão trocados. porque há de chegar o dia em que podes pensar que a vida é só para os outros, mas nesse dia eu reanimarei-te o corpo. eu vou conseguir levar-te para a rua e ver-te sorrir. eu faço tudo por ti mãe. tudo.

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